Enquanto o Governo Federal cria uma cortina de fumaça com a discussão sem nexo do voto impresso e auditável, a Câmara Federal na calada da noite aprova a MP 1.045 que desregulamenta ainda mais os direitos trabalhistas. São mudanças importantes nas regras estabelecidas e consolidadas pela CLT.

Entre as alterações incluídas nesta nefasta MP, está a contratação de trabalhadores informais, ou seja, sem carteira assinada, com redução no FGTS e sem qualquer vínculo empregatício por até dois anos. A desculpa é a de sempre, gerar empregos. Na verdade gerar escravidão.

Infelizmente os trabalhadores foram iludidos e enganados. A discussão não deve ser pautada em política partidária, mas sim, em políticas trabalhistas de defesa e proteção de quem produz a riqueza do país. A CLT totalmente desfigurada, são direitos que custaram a vida de muitos trabalhadores. Entramos em um retrocesso de mais de 100 anos. Para muitos, era simplesmente retirar a contribuição do sindicato, com isso tudo estava resolvido, enfraqueceria a organização dos trabalhadores e o caminho ficava livre para não permitir a luta contra a violação e a retirada de direitos. Vocês não imaginam o que está ocorrendo com os professores e com os trabalhadores de um modo geral. O sindicato enfraquecido não consegue mais fazer com eficiência, a defesa e a representação da categoria. Estamos na ponta do processo e percebendo o retorno de um tempo que jamais pensaríamos em passar. Nunca o SUS foi tão importante, mas muitos não deram a devida atenção. É preciso fazer um exame de consciência, que legado vamos deixar para as futuras gerações. Numa democracia pressupõe a discussão de ideias. Pressupõe o embate saudável de empregadores e trabalhadores. Pressupõe entidades fortes.

Não podemos assistir passivamente a destruição da proteção laboral, previdenciária, social e sindical, gravemente atacada, por grupos minoritários que buscam apenas o lucro pelo lucro.

Continuamos numa luta diária contra a retirada de direitos. Percebemos uma omissão da classe trabalhadora. Somente com a organização de todos, poderemos mudar o rumo da história e não voltar aos tempos da BARBÁRIE.

Prof. Carlos Magno da Silva Bernardo
Presidente