São José/SC, 07/02/2020

“Em janeiro, o salário mínimo necessário para sustentar uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 4.347,61. O valor é 4,18 vezes o salário mínimo em vigor no mês passado, de R$ 1.039 – o valor do mínimo foi reajustado para R$ 1,045 a partir de fevereiro. A estimativa é do Dieese (Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos) e foi divulgada no dia 06 de fevereiro de 2020.” Leia na íntegra:
https://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2020/02/06/salario-minimo-ideal-dieese.htm?utm_source=facebook&utm_medium=social-media&utm_campaign=noticias&utm_content=geral&fbclid=IwAR3oBitoeThJlVHoCnWrjk5DJ29uQP2bqpctq9nSTH1-UxZ9XNKG45txVcg

Os números demonstram o necessário para manter o poder de compra conferido ao salário mínimo nacional, quando de sua implantação.
Percebendo-se o Salário Mínimo como importante fonte de distribuição de renda e analisando os dados acima, fica evidente o empobrecimento dos trabalhadores brasileiros ao longo dos tempos, agravado ainda mais no momento presente. Basta verificarmos outros indicadores como: o desemprego, o subemprego, a precarização generalizada em todos os segmentos da economia, a chamada “UBERIZAÇÃO’” e “PEJOTIZAÇÃO” da mão de obra, para termos o sinistro retrato do mercado de trabalho e suas relações laborais no momento presente, pressupondo que o futuro é igualmente assombroso e cruel.

É evidente que há um deslocamento para o setor de prestação de serviços na economia pós-tecnológica, uma vez que a indústria, outrora pujante e relevante na composição do PIB, hoje representa apenas 11,2% e vem dando sinais de fadiga, decrescendo ano após ano:
“(…) O ritmo mais lento de reação da indústria tem levado o setor a perder peso na economia brasileira. Levantamento da economista Silvia Matos, do Instituto Brasileiro de Economia, da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), mostra que a participação da indústria na soma de todos os bens e serviços produzidos no país vem encolhendo continuamente (…). Série elaborada pela economista do Ibre/FGV, com metodologia de correção dos valores a preços correntes, mostra que o peso da indústria de transformação caiu de 16,8% do PIB em 1995 para 11,2% do PIB no 1º trimestre de 2019 – menor patamar desde 1947, ano em que se inicia a série histórica do IBGE. (…)”

“RIO – O setor de serviços, que responde por 75,8% do Produto Interno Bruto (PIB), cresceu 1,3% em 2018, e foi o que mais contribuiu para o avanço da economia, ao registrar taxas positivas em todas as sete atividades pesquisadas, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta quinta-feira, 28. Atividades imobiliárias, que cresceram 3,1%, e comércio, 2,3%, foram os ramos que mais influenciaram o desempenho do setor.”

Fonte: IBGE

O ano letivo inicia e a situação para os professores não é menos sinistra, com demissões em massa nas principais universidades do Sistema ACAFE, precarização de toda ordem e perseguições ideológicas implícitas e explícitas, como as constatadas cotidianamente ao longo de 2019.

Não bastasse tudo isso, o enfraquecimento da luta, que deveria ser coletiva e contar com a participação da categoria, cresce a busca por soluções individuais, o que tem se configurado num grande equívoco, uma vez que é coletivo o problema e, portanto, mais eficaz se resolvido coletivamente.

Outras sombras pairam sobre os trabalhadores em educação, em especial sobre os professores: a “UBERIZAÇÃO”, um cadastro nacional via aplicativo que pretende conectar professores com as redes de ensino, criando uma espécie de “ilusão facilitadora”, do ponto de vista individual, mas que na verdade representa a precarização levada ao extremo, mas disto trataremos em outra oportunidade.

Que o retorno ao ano letivo seja acompanhado de consciência crítica e participação coletiva e maciça na luta que se avizinha, pois gigante é à força do capital transnacional que hoje reina hegemônico e que transformou Educação em Mercadoria e não poupará nenhum trabalhador, menos ainda os inorganizados.

Prof. Carlos Magno da Silva Bernardo
Presidente